Chega ao fim o imbróglio da companhia. Na última segunda-feira (06/07), a Avianca Brasil pediu falência à justiça no estado de São Paulo. Se você está um pouco confuso com essa notícia — afinal, não há mais voos da empresa desde o ano passado — então, continue lendo este post. Vamos explicar todos os detalhes dessa história.
Por que só agora a Avianca Brasil pede falência?
A companhia foi fundada em 1998 com o nome de Oceanair Linhas Aéreas e só anos depois adotou o nome fantasia Avianca Brasil por meio de um acordo com a holding colombiana de mesmo nome. Assim, a empresa operou tranquilamente aqui no país até dezembro de 2018 quando entrou com o pedido de recuperação judicial.
Recuperação judicial é um benefício legal por meio do qual uma empresa pode ganhar tempo para tentar evitar a falência. Essa medida impede que credores executem seus direitos por 180 dias para que o devedor apresente um plano de recuperação e pagamento dos débitos.
Entretanto, já naquele ano a dívida da Avianca Brasil era estimada em R$ 494 milhões, valor que, posteriormente, foi corrigido para aproximadamente R$ 2,7 bilhões. Assim, em maio de 2019 a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) suspendeu as operações da companhia alegando que a empresa não tinha capacidade de voar com segurança.
Dessa forma, com uma dívida bilionária e ainda impedida de manter as suas operações a Avianca Brasil precisou devolver as 48 aeronaves que compunham a sua frota, mas que na verdade eram arrendadas. Vale lembrar que, já nessa época o escritório nomeado como administrador judicial da empresa, Alvarez & Marsal, e o desembargador Ricardo Negrão já haviam aconselhado e proposto o pedido de falência.
A pandemia teve impacto nesse caso?
Até o momento não há nenhum indício que ligue o pedido de falência da companhia com a pandemia. Entretanto, sabemos que estamos diante de um cenário difícil, até mesmo para companhias que estavam em boa situação financeira. Cabe aqui lembrar que a Avianca Colômbia entrou em recuperação judicial por conta da crise do coronavírus. Porém, o caso da companhia brasileira era complexo desde antes de toda essa situação.
Assim, sem saídas a Avianca Brasil pede falência. Vale lembrar que, desde julho do ano passado a empresa havia perdido horários de pouso e decolagens nos aeroportos de Congonhas, Santos Dumont e Guarulhos. Além disso, em agosto de 2019 o contrato com a empresa colombiana para uso da marca Avianca havia terminando.
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