Viajar de avião é muito mais rápido, prático e, para nossa alegria, cada vez mais acessível ao grande público. Entretanto, para garantir que possamos chegar mais longe, as companhias aéreas realizam alguns acordos entre si. Dentre eles, os mais comuns são as parcerias do tipo joint venture, codeshare e interline.
Talvez você nunca tenha ouvido falar desses nomes e nem tenha a mínima ideia do que eles representam. Mas, aqui no Império a gente sempre gosta de falar das curiosidades do mundo da aviação. Por isso, neste post vamos explicar cada um desses acordos entre as companhias aéreas e por que eles são importantes para nós viajantes.
Venha com a gente!
Por que esses acordos são importantes?
O objetivo de uma companhia aérea é levar passageiros de um ponto a outro, certo? Mas, é muito comum que essas empresas tenham algumas limitações em sua operação, o que impossibilita que ela faça o transporte de pessoas em rotas específicas. É aí que entram os acordos joint venture, codeshare e interline.
Esses acordos estabelecem parcerias entre diferentes companhias aéreas permitindo a expansão da malha aérea de ambas. Assim, essas empresas conseguem oferecer aos seus passageiros mais possibilidade de destino, entre outras comodidades. Como por exemplo, não ter que se preocupar se a companhia realiza aquela rota ou não, pagar todas as taxas em uma única passagem e despachar a mala uma vez só.
Como esses acordos entre as companhias aéreas funcionam na prática?
Embora a intenção de todos esses acordos seja uma só, isto é, expandir a malha aérea, cada um tem as suas particularidades. Podemos adiantar que, na prática, não há muita diferença para o passageiro. Mas, ainda assim, é importante conhecer as características de cada parceria e como elas podem influenciar a sua viagem.
Joint venture
Esse é o tipo de acordo entre companhias aéreas que é considerado mais estreito. Quando duas empresas decidem formar uma joint venture elas praticamente se tornam uma só, do ponto de vista operacional. Ou seja, ambas continuam sendo marcas diferentes, mas passam a compartilhar a receita, controlar preços umas das outras e até horários.
Neste último caso funciona assim, suponha que as companhias “A” e “B” são uma joint venture. Se ambas realizam voos de São Paulo para o Rio de Janeiro no mesmo horário, após o acordo elas podem mudar essa programação a fim de oferecer mais opções aos passageiros. Geralmente, esse tipo de parceria se dá entre empresas que operam em diferentes regiões geográficas visando maior alcance da malha.
Um exemplo bem próximo foi o acordo firmado em meados de 2020 entre a LATAM e a Delta Airlines. Dessa forma, a parceria transamericana possibilitou às duas empresas uma expansão da malha aérea nos continentes da América do Sul e América do Norte. Assim, os clientes dessas companhias podem se deslocar entre essas regiões com mais facilidade.
Por se tratar de um acordo que envolve compartilhamento de lucro, para formar uma joint venture é preciso aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE). Ou do órgão responsável no caso de outros países. Isso acontece porque, ao juntar duas companhias a concorrência diminui, o que pode levar a um aumento de preços.
Continue aprendendo sobre viagens:
- Classe econômica, classe executiva e primeira classe: como escolher na hora de viajar;
- Passagens aéreas. 5 dicas para economizar;
- Skiplagging: economize na passagem aérea com essa estratégia.
Codeshare;
Para entender como funciona o acordo codeshare você precisa saber como funcionam os códigos de voos. Cada companhia aérea tem um código definido pela Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA). Aqui no Brasil, por exemplo, a sigla G3 representa a Gol, a Latam é LA e a Azul tem a sigla AD.
O mesmo acontece com as aéreas ao redor do mundo. Entretanto, quando essas empresas fecham um acordo do tipo codeshare elas passam a poder usar o código de voo uma das outras. Funciona mais ou menos assim, a companhia “A” vende um voo utilizando o seu próprio código. Porém, quem vai operar esse trecho é, na verdade, a companhia “B”.
Em outras palavras, o acordo codeshare permite que as companhias aéreas utilizem as aeronaves umas das outras. Esse tipo de parceria é bom para as empresas, pois permite o “compartilhamento” de passageiros. Da mesma forma, é boa para os viajantes que passam a ter acesso a mais opções de voos.
Um exemplo de acordo codeshare aqui no Brasil foi a parceria firmada entre a Latam e a Azul. Assim, será possível emitir bilhetes da Latam com trechos operados pela Azul e vice versa. Além disso, as companhias vão permitir que os clientes dos programas de fidelidade acumulem milhas com esses voos.
Interline
Por fim, temos o tipo mais básico de acordo entre companhias aéreas. O interline é uma parceria que visa facilitar a vida do passageiro que precisa pegar voos de duas companhias diferentes para um mesmo trecho. Nesse caso, o viajante pode reservar um bilhete com a empresa “A” para um voo que será operado pela aérea “A” e “B”.
Assim, o passageiro só precisa comprar um bilhete para ter acesso aos dois voos. Pois os demais detalhes da viagem, check-in, despacho de bagagem e transferência das malas de uma companhia para outra será de responsabilidade das empresas. Talvez você esteja se perguntando qual a real diferença entre um acorde interline e codeshare.
Bem, enquanto no codeshare a empresa pode vender um voo de outra companhia com o código dela, no interline isso não acontece. Ou seja, se você comprou um bilhete com a empresa “A” e a companhia “B” irá operar parte do trecho, no bilhete que corresponde ao voo de “B” estará o código dessa companhia.
Um exemplo prático é o acordo interline entre a Gol e a Voepass Linhas Aéreas. A Gol comercializa voos de Campinas (SP) para Araguaína (TO). Perceba que de Campinas até Brasília a viagem é com a Gol e o código do voo começa com “G3”. Já o trecho de Brasília até Araguaína é operado pela Voepass e o código começa com “2Z”.
Veja outros conteúdos que podem interessar:
- Como viajar na classe executiva pagando pouco? Confira 5 dicas;
- Quanto custa viajar? Aprenda a fazer essa conta;
- Como escolher o melhor programa de fidelidade de companhias aéreas.
Principais dúvidas sobre acordos Joint venture, codeshare e interline
Agora você já conhece os principais acordos entre as companhias aéreas e como eles facilitam a nossa vida. Entretanto, antes de finalizar esse post, gostaríamos de responder alguns dos questionamentos mais comuns a respeito dessas parcerias.
Qual a diferença entre esses acordos e as alianças?
Bem, os acordos de joint venture, codeshare e interline são mais focados na expansão da malha aérea. Numa aliança o envolvimento entre as companhias é mais amplo. Nesse segundo caso, o principal objetivo é aumentar a base de clientes das empresas envolvidas. Consequentemente os membros podem criar acordos de codeshare e interline.
Esse tipo de parceria é muito vantajoso para os passageiros. Pois, além de poder contar com uma malha aérea ampla conseguem outros benefícios. Um bom exemplo é a possibilidade de acumular milhas em voos de companhias internacionais. Da mesma forma, podem alcançar status de elite nas alianças conseguindo assim, privilégios em todas as empresas que fazem parte do grupo.
Por outro lado, as companhias que participam dessas alianças devem obrigatoriamente a pagar taxas para o grupo. Além disso, precisam oferecer benefícios para clientes da base recíproca, como por exemplo, check-in e embarque prioritário e acesso às salas vip. Atualmente existem três grandes alianças: a Star Alliance, Oneworld e SkyTeam. Nenhuma companhia brasileira está vinculada a esses grupos. Uma pena.
Como fica a franquia de bagagem nesses acordos?
Essa informação depende muito do tipo de acordo entre as companhias e do voo. De maneira geral, em um codeshare vale as regras da empresa que comercializa o voo. Mas, na parceria entre Latam e Azul, por exemplo, a regra válida é a de quem está operando o trecho em questão.
Já nos acordos interline, é mais comum considerar as regras da companhia mais importante. Ou seja, a que tem maior receita, é mais conhecida ou que tem a malha aérea maior. Entretanto, pode haver exceções. A nossa dica é: leia o regulamento da franquia de bagagem durante a compra dos bilhetes, pois essas informações estarão dispostas.
Como saber se o meu voo é codeshare ou interline?
Essa é a parte mais simples. Na descrição do voo está dito qual empresa vai operar os trechos que você deseja realizar. Entretanto, se for um voo codeshare o código apresentado nos bilhetes será o da companhia que realizou a venda. Por outro lado, se for um voo interline cada trecho terá o código da empresa que irá operá-lo.
Entender os acordos de joint venture, codeshare e interline estabelecidos pelas companhias aéreas é bem simples. Contudo, o mais importante é saber que essas parcerias facilitam a nossa vida de viajante. Felizmente, esses acordos podem ser celebrados entre diversas empresas ao mesmo tempo e nós esperamos que isso aconteça com frequência.
Se você curtiu este post e ficou curioso para entender melhor como funcionam os acordos entre as companhias aéreas, as alianças, programas de fidelidade, entre outros, conheça a Bíblia das Milhas e Pontos. Nesse e-book nós destrinchamos esse universo e ensinamos dicas práticas para você que quer descobrir como viajar mais, pagando menos. Clique no banner abaixo e descubra.
